Zaidan morreu. E sua morte foi grande como sua vida, imponente como sua obra.
Dormiu o grande pensador. Em volta do seu leito, paira agora uma quietude que inspir respeito e se eleva acima do pesar e das lágrimas .
Libertou-se aquela alma bondosa, indo-se para um um mundo que presentimos sem o compreender. Sua partida - como toda partida -encerra uma lição para nós que permanecemos submissos aos dias e as noites.
Libertou-se o trabalhador consciencioso das fadigas do trabalho e, envolto no manto da glória, foi-se para ondenão há trabalho nem cansaço. Mas, sefoi transferido para um dos planetas do espaço, deve estar agora ocupado com o bem estar de seus habitantes, aplicado em catalogar-lhes conhecimetos, fascinado pela beleza de sua história, determinado a adquirir a sua língua.
Assim foi Zaidan: um pensamento sustentado pelo entusiasmo, que só encontra satisfação no trabalho, uma alma sedenta sempre acordada, um coração generoso feito de ternura e altruismo.
Se esse pensamento sobrevive na razão universal, deve estar agora trabalhando com razão universal. E se essa alma continua a existir nas leis eternas, está agora colaborando com elas. E se esse coração tem algo da perenidade de Deus, deve arder agora pelo Fogo de Deus.
Assim foi a vida de Zaidan: uma fonte que brotou do coração da existência e tranformou-se num rio de àguas límpidas que regava as plantações nas duas margens do vale.
O rio atingiu o mar. Que parasita teria audácia de cantar elegias sobre seu tumulo?
As elegias e as lamentações são feitas para aqueles que visitam o altar da vida e depois vão embora sem verter nele sequer uma gota de sequer do suor de sua fonte ou do sangue do seu coração Não passou Zaidan 30 anos vertendo suor de sua fronte e o sangue de seu coração? E há entre nós quem não tenha se tenha aproveitado daquele manancial luminoso e suave?
Quem quiser, pois, homenagear Zaidan, que dirija à sua alma hinos de agradecimetos e gratidão, não lamentações e elegias. E quem quiser glorificar-lhe a lembrança, que tire proveito dos tesouros de conhecimentos que Zaidan reuniu e legou ao mundo Árabe.
Não procureis dar ao grande homem. Tomai dele. É assim que lhe perpetuareis o nome.
*1 Jorge Zaidan (1861-1914), lioterato libanês que se estabeleceu no cairo onde fundou uma revista mensal de assuntos gerais, que teve fama em todo o mundo Árabe: Al-Hilal. Historiador, deixou dezenas de livros que focalizam especialmente a civilização e a literatura árabes. Foi tabém um pioneiro no romance histórico, com dramas inspirados nas grandes épocas do islã.
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